A professora Maria Francisca de França Moura foi homenageada pelo Legislativo Municipal com o nome do Pronto Atendimento do Centro. O Projeto de Lei Ordinária n°21/2022 foi aprovado por unanimidade pelos vereadores na sessão ordinária da última segunda-feira (15/8). 

A denominação foi proposta pelos vereadores Josiane, Luciano Dário, Marquinhos Fontes, Ronaldo Campana e Toninho Raspa e discutida em regime de urgência com dispensa de interstício. 

Maria Francisca nasceu em 12 de maio de 1933, em Córrego Rico, distrito de Jaboticabal (SP). Filha dos cearenses João Antônio de França e de Maria de Jesus de França, Maria Francisca atuou como professora em Marialva por mais de 30 anos. Lecionou aulas na Escola Municipal da Vila Brasil e na Escola Isolada Maria Ruiz. Também ministrou aulas no Programa do Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), voltado à alfabetização de adultos. 

Foi diretora do Ginásio de São Miguel do Cambuí por vários anos, atuando no Grupo Escolar de Marialva (atual Escola Dr. Milton Tavares Paes).

Maria foi casada com o também cearense Afonso Batista de Moura. O casal veio para Marialva no início da povoação do Município. Aqui, Afonso trabalhou em vários serviços braçais até que conseguiu adquirir a Pensão Uniflor, na Rua Washington Luiz nº 874. O local foi ponto de chegada de inúmeros colonizadores que vinham para fixar residência no Município.

No início da década de 50, Afonso também adquiriu e dirigiu o Bar da Rodoviária, localizado na Praça Orlando Bornia em frente ao Fórum Municipal. O esposo de Maria foi funcionário público estadual, na função de fiscal sanitário, e militou na política local pela União Democrática Nacional (UND), tendo falecido aos 55 anos de idade em 1976.

O casal teve cinco filhos, todos nascidos em Marialva: Irene França Moura (professora aposentada), Irineu Batista de Moura (in memoriam), Iraci França Moura (professora e neuropsicopedagoga), Israel Batista de Moura (advogado) e Ivete Moura Crevelaro (jornalista).   

Ao se aposentar, Maria Francisca passou a tricotar capuz e meias de lã, doados ao Asilo São Vicente de Paulo de Marialva. Dedicou-se também as causas sociais, visitando e confortando doentes em hospitais e nas residências, tendo forte atuação nos grupos religiosos da igreja católica. 

Sua residência na Av.Floriano Peixoto n° 169 foi por muito tempo local de encontro de jovens que se reuniam para ensaios de bandas de rock e confraternizações de jogos de futebol e, por isso, até hoje a antiga casa é conhecida como "Recanto da Bisa". 

Adoeceu devido a complicações pulmonares em agosto de 2018 e faleceu três meses depois, em 27 de dezembro, aos 85 anos.

"Ela merece essa homenagem por ter sido uma educadora pioneira no município. Lecionava com sensibilidade, empenho e confiança. Tinha o magistério como uma verdadeira missão. Amava ensinar e optou por ser professora alfabetizadora, o maior desafio profissional à época. Buscava sempre novas estratégias com o intuito de transmitir seus conhecimentos. Era devota e sempre fez questão de demostrar seu amor por Marialva colaborando de todas as maneiras para o progresso do Município, tendo seus filhos, netos e bisnetos seguido seu exemplo, dedicando-se às causas voltadas ao progresso e ao bem-estar da comunidade. Deixou uma grande lacuna e eterna saudade em muitos corações", mencionou o vereador Coco, neto de Maria.