O superintende do  Serviço de Água e Esgoto de Marialva (Saema), João Vitor Pimentel, fez o uso da Tribuna na sessão ordinária da Câmara Municipal de Marialva da última segunda-feira (14/3) para esclarecer dúvidas dos vereadores e da população sobre a potabilidade da água de Marialva. 

A preocupação surgiu a partir da divulgação do Mapa da Água, levantamento sobre a qualidade da água nas cidades brasileiras, feitas pelo site Repórter Brasil com base no banco de dados nacional do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano, do Ministério da Saúde (Sisagua). 

AGROTÓXICOS. Os índices apresentados no Mapa apontaram que a água tratada de Marialva poderia conter quatro substâncias com riscos de gerar doenças crônicas, como o câncer, (DDT+DDD+DDE; Nitrato; Selênio; e Benzo[a]pireno) e uma outra substância também perigosa para a saúde (Mercúrio). Segundo o levantamento as substâncias foram detectadas acima do limite de segurança fixado, ao menos uma vez na água que abastece o Município entre 2018 e 2020. 

O superintendente da Saema relatou “surpresa” com a divulgação, já que os dados “não conferem” com as análises de qualidade realizadas semanal, mensal e semestralmente pela autarquia, apresentando “informações desconexas com a realidade da potabilidade da água de Marialva”. 

EQUÍVOCO. Segundo Pimentel, houve erro na alimentação do sistema do Siságua. “Nós investigamos a situação e identificamos, à princípio, um suposto equívoco no lançamento das informações no sistema. Os resultados das análises realizadas pela autarquia são encaminhados para a vigilância sanitária local, que, por sua vez, encaminha para a Saúde, que abastece o sistema manualmente, índice por índice, parâmetro por parâmetro”, esclareceu. 

Para que não restasse dúvidas à respeito, o superintendente protocolou na Casa cópias de todas as análises realizadas entre 2018 e 2020, e também cópia do ofício enviado à vigilância sanitária para a retificação das informações. Os mesmos documentos também foram enviados ao Executivo e estão disponíveis para acesso à população na sede da autarquia. 

Pimentel reforçou que o Saema atende todos os requisitos estabelecidos pela Portaria 888/21 GM/MS e garantiu que a água de Marialva é boa para consumo. “Nossa água é uma das melhores da região. É extraída exclusivamente de poços artesianos e minas. Não tem captação de rios, córregos, sendo exclusiva do subsolo. Estamos inclusive desenvolvendo um projeto para tempero da água que apresenta índices mais baixos e índices mais elevados de substâncias, por meio da concentração de vários pontos no reservatório central, a fim de diluir e permitir um tratamento mais consistente”, disse.  

ÁGUA BRANCA. Questionado pelos vereadores sobre a coloração esbranquiçada da água da torneira - situação que tem sido relatada por munícipes - Pimentel explicou que se trata da liberação do ar dissolvido na água e não de cloro. “Como estamos passando por uma crise hídrica, os postos acabam mandando mais ar do que água. Ao abrir a torneira, a pressão, causa borbulhas e deixa esse aspecto branco. Não há nenhuma inconsistência ou situação prejudicial nesse caso”, afirmou.